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Há duas semanas, o iridólogo e naturopata Edir Moraes, 71 anos, recebeu para uma consulta o deputado paulista e comunicador, Celso Russomanno. O fato chamou a atenção de muitas pessoas. Afinal, como é o tratamento através da iridologia e naturopatia?
Edir conta que trabalhava como motorista e há pouco mais de 10 anos dedicou-se aos estudos nestas áreas. Primeiro, a iridologia, que através da iris (parte colorida do olho), detecta problemas orgânicos e comportamentais nas pessoas. “O mapa do nosso organismo está na íris. Não existem duas iguais no planeta e já está sendo usada para identificar as pessoas, como ocorre com a impressão digital”, diz. O terapeuta faz o mapeamento da íris, analisa as características como cor e padrões e faz a interpretação. “Todo o organismo humano está representado ali. Tudo o que tem duplo no nosso organismo, como fígado, rim, pulmão, estão representados em dois nas íris, assim como o cérebro, que é dividido em dois hemisférios”.
Com a iridologia, surgiu a oportunidade de cursar a naturopatia, que possibilita a prevenção e tratamento através da trofoterapia (reeducação alimentar), fito (chás), hidro (água) e geo (argila). “A iridologia e a naturopatia se completam. Se for algo mais grave ou bem grave que precisa de tratamento de choque, então, encaminho para um tratamento alopático (medicina tradicional). Caso contrário, não, porque a saúde preventiva não está nas farmácias, está na natureza. Tudo o que a gente precisa, o Criador deixou pronto. Tudo o que é natural, é barato, não pode ser patenteado, é de domínio público e não dá dinheiro para as grandes empresas. Então, para a indústria isto não interessa”.
Para atuar nesta área, é necessário ter a formação como terapeuta iridólogo, obter o registro na federação e ser filiado ao sindicato. Ele conta que herdou da avó materna o gosto por tratamentos alternativos. “Ela já lidava com isto há mais de 100 anos. Sempre gostei, mas não tinha o conhecimento mais aprofundado, e com o incentivo da minha filha, comecei a cursar a iridologia. Passei a fazer para conhecer, para cuidar de mim, o que já estaria de bom tamanho e valeria o esforço e o investimento. Mas vamos subindo a montanha e o horizonte vai se abrindo”, brinca.
Com os estudos na naturopatia, dividida em hidro, fito, geo e a trofoterapia, descobriu uma nova paixão, a possibilidade de as pessoas manterem a saúde e se curarem com a comida. “Comer, todo mundo tem que comer, então vamos fazer com sabedoria e ter saúde. Hoje as pessoas estão comendo e se matando. Há 2.400 anos, Hipócrates, que é o pai da medicina, já dizia: que o teu remédio seja o teu alimento e o teu alimento seja o teu remédio. E hoje a gente ainda não faz. Há estudos que comprovam que 95% das doenças entram pela boca”, afirma.
Nas consultas, afirma, o paciente fica uma hora para que saia bem informada, afinal, o tema é extenso.
O terapeuta como exemplo
Edir diz que sua vida melhorou com a mudança na alimentação. “Mudou a minha vida totalmente e agora procuro passar o que eu sei para as pessoas. Eu não tomo nada de medicação. Se eu quero passar saúde para alguém, tenho que ser o exemplo. Se eu não servir de exemplo, olha meu pai e minha mãe. Meu pai e minha mãe estão com 96 anos e cuido deles.”
Ele diz que procura fazer a sua comida em casa para se alimentar bem e que faz, em média, duas refeições diárias. “Não tomo café da manhã, faço um jejum intermitente de 16 horas. Como de noite e ao meio dia. Pela manhã, se não tenho compromisso, faço um chimarrão. A cafeína da erva-mate e mais uns chás que coloco ali me alimentam até o meio-dia. Se tenho compromisso, só tomo água. A minha água faço ficar alcalina, com ph 8, misturando bicarbonato de sódio, cloreto de magnésio, sal do himalaia e dolomita (mineral). Tenho na cabeceira um copo de água para tomar em jejum, que é ótimo para organismo. Se a pessoa esperar ter sede, já está desidratada. Temos que criar o hábito de tomar água porque é fundamental”.
Ao meio-dia, são muitas frutas, verduras e legumes, acompanhados de arroz integral, com feijão, poucas vezes na semana. “Quando entro numa fruteira, parece que estou num shopping. Para mim é uma alegria, saio com duas sacolas cheias. À noite, a refeição é o que tinha no almoço, em menor quantidade, e só volto a comer no dia seguinte ao meio-dia”.
Ele também não toma leite de vaca mas o ingere após fermentado no kefir, depois que as bactérias fizeram a metamorfose. Outros itens da alimentação são mel, chia hidratada, que vira um gel, e grãos. Ele recomenda ainda comer de quatro a cinco ovos cozidos por dia. “É o segundo melhor alimento do planeta. O primeiro é o leite materno humano, exclusivo, até os seis meses”.
Somos o reflexo do que comemos
Para Edir, 90% das pessoas não sabem se alimentar por falta de informação. Ele diz que numa simples refeição, como um lanche com pão branco, margarina e refrigerante é possível colocar “muito lixo pra dentro do corpo”. Ele explica que a farinha branca “detona” o intestino porque o trigo que comemos hoje não é o mesmo de 50 anos atrás. “Criaram a transgenia para produzir o dobro na mesma área de terra”. Ele diz que a farinha branca cria uma camada no intestino, o que afeta a impermeabilidade, e as toxinas que deveriam ser descartadas após a retirada dos nutrientes, penetram em micro fissuras provocadas pela farinha e entram na corrente sanguínea. A margarina é altamente cancerígena porque, dos 13 principais produtos químicos da sua composição, sete são cancerígenos, além de não ser alimento. “É chamada de comida-lixo, pode deixar um pote 30 dias aberto que não cria o mofo – que é uma bactéria (ser vivo) que se desenvolve”, explica. E o refrigerante está entre os 10 piores alimentos do planeta. Ele explica que o refrigerante afeta o pH do organismo. O ph é o potencial de hidrogênio iônico e indica o grau de acidez ou alcalinidade de uma substância. “Ficamos doentes quando o nosso pH está ácido, que numa escala de 0 a 10, é abaixo de 7. Quanto mais ácido, pior. O refrigerante tem pH de 2,5, o mesmo que do ácido clorídrico que está no nosso estômago para desmanchar os alimentos, especialmente, a carne. Na hora que bebemos não sentimos, porque o imunológico está sempre de plantão e faz de tudo para não ficarmos doente. O sistema imunológico procura manter o sangue em 7,4 e vai buscar minerais no corpo para manter o sangue neutro. Não é um copo só que vai fazer isto, é numa rotina. A médio prazo, se dermos um tropeção, quebramos os ossos, porque estão um isopor, é a famosa osteoporose. Vem fazendo bobagem há 10 anos”.
O açúcar, destaca, é uma caloria vazia, chamado na naturopatia de veneno lento, porque mata devagarinho, de forma sutil. Parte das inflamações que temos no corpo decorrem do açúcar, não apenas do açúcar branco, mas dos carboidratos da farinha branca, pastéis, lasanhas, pães, que quando chegam no fígado são transformados em açúcar. Se não fizer uma escolha criteriosa, é difícil encontrar alimentos sem açúcar. Não precisamos consumir açúcar. Isto vai nos detonando, e o imunológico nos defendendo. É tanta agressão, que ele não dá conta”.
A doença predominante
Em seu consultório, conta, os diagnósticos frequentes, são as conhecidas “ites”, que são processos inflamatórios, ou seja, a sinusite, rinite, otite. “Todas as dores vêm de um processo inflamatório”.
A deficiência de magnésio também é um problema. “Todo brasileiro é pobre em magnésio porque o solo é pobre e sai da lavoura com pouco. O magnésio faz parte do nosso corpo e é fundamental. As pessoas que reclamam de dor nas pernas e dificuldade de caminhar, precisam repor magnésio. Sempre indico, o cloreto de magnésio, que trata cerca de 300 funções, entre elas, trata problemas nas articulações. O gosto é azedo, mas o remédio também é”.
Tratamento barato
Para manter o organismo equilibrado e ter saúde, Edir diz que não é preciso pagar caro, mas ingerir comida de verdade. “Parar de comer porcaria. Descascar mais e desembalar menos”.
A comida saudável, se for orgânica, que tem um manuseio mais artesanal, torna-se mais cara. No entanto, é preciso avaliar o custo-benefício. “Comendo as comidas baratas que tem por aí, num médio prazo, teremos que apelar para os remédios e aí sim, vai ficar muito mais caro. Não é só dinheiro, é saúde, o que não tem preço.”
A alimentação ideal, de modo geral, é barata. “Quanto mais colorido, melhor. Arroz integral e feijão são ideais”. O feijão é rico em ferro e combate a anemia, com arroz e um pedaço pequeno de carne, salada e legumes à vontade, sendo cru o que for possível de comer, com bastante azeite de oliva extravirgem, é o ideal.
Ele condena, inclusive, o uso do micro-ondas. “É mais prático, em dois minutos está pronto. Mas o micro-ondas é um presente que devemos dar para um inimigo. O alimento aquecido no micro-ondas perde 70% dos nutrientes porque as ondas das radiações vão matar. Se eu pegar um produto cru e cozinhar, ele vai matar 100% e, futuramente, a pessoa estará subnutrida, além da consequência da radiação emitida pelo aparelho”.
Eliminação de pedras na vesícula
O terapeuta destaca que possui tratamento natural para a eliminação de pedras na vesícula. “Tiro as pedras e não tiro a vesícula, totalmente indolor. Ela sai gelatinosa, por isso é indolor”, conta.
Ele afirma que o seu pai, de 96 anos, já fez o tratamento e está com a vesícula limpa. A primeira vez foi aos 90 anos. As pedras, na forma gelatinosa, são eliminadas pelo intestino. Sua mãe precisou tirar a vesícula, há 20 anos, porque a família não tinha conhecimento desta forma de tratamento.
