A Casa Maia, atualmente, trabalha com venda de móveis novos e usados e vidraçaria. Mas o empreendimento, que surgiu em 1966, já atendeu e foi conhecida pelos segmentos de funerária e estofaria.
Em meados da década de 1960, José Renildo Maia e Leci dos Santos Silva, vindos, ele de Estrela e ela de Bom Retiro do Sul, começaram a trabalhar com estofaria, um setor pelo qual o pai de Leci tinha feito passagem no município, mas não deu andamento. Quando o recente casal chegou no município, abriram o empreendimento numa sala alugada na rua Othelo Rosa. “Já era bem velha, caindo. Depois compramos do Toninho Mariano, da Beira do Rio”, lembra Leci, sobre o prédio que foi desmanchado no final dos anos 70 para dar espaço ao prédio onde está a Casa Maia hoje.
Leci lembra as dificuldades que passaram até a empresa ser sólida. “No início foi muito difícil até a gente se erguer”, diz. Mas José e Leci fizeram amigos, como o casal Fritholdo Redecker e Vera, e Eloy Kern e Olga, que os ajudavam e aconselhavam. “O seu Eloy dizia pra nós colocar uma vidraçaria. Colocamos e ficamos bem apertados (financeiramente). Mas deu um temporal, quebrou vidro nas casas quase todas, daí a gente se ergueu. Colocava vidro quase dia e noite. Era eu e ele (marido) cortando e ele botou gente pra ajudar. Então foi melhorando a nossa situação”, recorda.
Conciliando a função de estofaria e vidraçaria, ainda investiram numa empresa funerária. “Quando colocamos a funerária, também era só nós”, destaca Leci. Eles também criaram uma fábrica de móveis, que chegou a ter 20 empregados. “Mandava móveis para diversas cidade de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, como Santa Maria e Porto Alegre. Todos os dias às 5 horas da manhã saía o caminhãozinho com os móveis”, afirma.
Com o crescimento das empresas, a sede também foi ampliada. Nos anos de 1980, foi adquirido o terreno ao lado da primeira sede e construído um novo prédio, que abrigou a funerária por muitos anos. Naquela época, a rua Othelo Rosa ainda tinha canteiros no meio da via.
De pai para filho
O casal teve dois filhos, Luciana Maia, 42 anos, e João Antônio Maia Neto, 50 anos, que seguiu na empresa. João conta que quando completou 18 anos e fez a carteira de motorista, seu pai passou a vidraçaria e a funerária para dar sequência no negócio. Dois anos depois, João registrou uma empresa para ele, mas manteve o nome de Casa Maia. “O pai parou porque passou para a fábrica de móveis, então deixou para mim”, comenta o empresário, que se criou dentro da Casa Maia e constituiu sua família tocando a empresa.
Em 2002, ele teve a oportunidade de vender a funerária, que hoje é a Rocha, de Cássio Rocha.
A vidraçaria continua até hoje e a estofaria está com as atividades paradas. João segue a empresa com a loja de móveis novos e usados.
Sobre a trajetória da empresa, ele avalia. “Foi muito serviço! Vejo com satisfação de ter mantido até hoje, mas tá difícil. A crise, a concorrência, as redes sociais, tudo ajuda. Já vem de tempos se arrastando. Pretendo, quando me aposentar, passar a firma para a minha filha”.
A fábrica Móveis Taquari
Com a morte de José Renildo, no ano passado, a empresa de móveis, que nos últimos anos tinha sede na rua David Canabarro (fundos da Casa Maia), encerrou as atividades.
O empreendimento chegou a ter uma loja na Rua 7 de Setembro, aberta em 1976, no local onde hoje é o Bazar Legal e durou cerca de 10 anos. O prédio é o mesmo, só mudaram algumas coisas na fachada”, diz.