O destino final do lixo gerado no município tem custado cada vez mais caro aos cofres públicos. Em 2014, Taquari bateu recorde neste gasto, pagando R$ 1.159.862,73 para recolher, transportar e aterrar os resíduos do município.
Segundo o departamento municipal de Meio Ambiente, diariamente, 12,5 toneladas de lixo são produzidas na área urbana do município e mais 600 kg na zona rural. São cerca de 390 toneladas ao mês e 4,7 mil ao ano. “A cada ano aumenta a produção de lixo, isto pelo aumento populacional e do consumo, os produtos que consumimos hoje tem muito mais embalagens, principalmente plásticas. É um produto que vem enrolado em um plástico, depois é envolto num isopor e ainda tem uma caixa. Isso tudo é descartado”, fala a coordenadora municipal de Meio Ambiente, Marília Souza.
Conforme dados públicos do site do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE/RS), o lixo produzido em Taquari nos últimos dez anos custou R$ 7.103.956,73 à Prefeitura.
Para onde foi e quanto custou o seu lixo em 2015
Todo lixo da área urbana é recolhido pela Conesul, contratada pela Prefeitura. Em 2015, a Administração Municipal planejou gastar R$ 594.451,60 com a empresa e, até outubro, já pagou R$ 475.206,15 pelo serviço. A Conesul leva os resíduos até uma área de transbordo, o antigo lixão, na localidade de Pinheiros. Já o lixo da zona rural é recolhido pela Transportadora Medeiros e Castro Ltda, que também o leva à área de transbordo. A Prefeitura empenhou R$ 67.515,76 para a realização da coleta em 2015 e, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado, até outubro, a empresa apresentou R$ 59.076,29 de notas fiscais de serviços já prestados, porém ainda nada havia recebido. Os dados referentes a novembro e dezembro de 2015 ainda não foram atualizados no site do TCE.
Na área de transbordo, o lixo é triado por um grupo de catadores. Eles organizam documentação para criar uma associação no município e trabalhar legalmente no local.
O restante do material é transportado a um aterro sanitário em Minas do Leão, que recebe resíduos de diversos municípios do estado. Este transporte é feito pela empresa Dartora & Dartora Ltda. Em 2015, a Prefeitura reservou R$ 214.681,36 para o trabalho e, até outubro, a empresa apresentou nota de R$ 185.270,25, porém recebeu apenas R$ 48.299,90 pelo serviço até aquela data.
A Administração Municipal também havia empenhado R$ 312.122,79 para pagar à Cia Riograndense de Valorização de Resíduos, que administra o aterro em Minas do Leão. Até outubro, a empresa havia apresentado R$ 284.147,02 de notas e a Prefeitura pago R$ 141.147,98.
Já o lixo produzido nos postos de saúde do município são coletados pela Ambientuus Tecnologia Ambiental. Até outubro de 2015, a Prefeitura pagou R$ 8.306,04 à empresa.
Problema difícil de resolver
Embora seja proibido pela legislação federal, a área de transbordo de resíduos sólidos em Taquari acumula muito lixo. A solução do problema é difícil e, há pelo menos dois anos, a Prefeitura diz que tenta diminuir o acúmulo no local, mas o problema visívelmente ainda não foi resolvido. A coordenadora de Meio Ambiente diz que o departamento organiza um estudo para avaliar o dano ambiental na área e planejar alternativas para conseguir diminuir os resíduos no lugar. “Mas é um trabalho a longo prazo. É muito difícil limpar a área porque nunca para de chegar lixo lá”, relata.
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) está de olho no lugar. A Prefeitura já firmou um Programa de Recuperação de Área Degradada para amenizar a situação no local.
Separe seu lixo e ele poderá custar menos e gerar renda
É pensando em diminuir estes números que o departamento de Meio Ambiente planeja ações para longo prazo. De acordo com a coordenadora, é preciso realizar um forte trabalho junto à comunidade para reeducar a política de resíduos sólidos em Taquari. Segundo Marília, mesmo que não haja uma coleta seletiva no município, as pessoas devem separar o lixo orgânico e seco em suas casas. Isto auxilia o trabalho dos catadores que atuam na área de transbordo. Eles conseguirão triar mais materiais e, consequentemente, menos resíduos produzidos em Taquari serão transportados a Minas do Leão, gerando economia aos cofres públicos e mais renda aos catadores.
O sonho da coleta seletiva
Para a coordenadora de Meio Ambiente, a coleta seletiva seria o ápice na reeducação da política de resíduos sólidos no município. Isto aumentaria o custo no recolhimento do lixo, mas traria economia no transporte e depósito no aterro em Minas do Leão. No entanto, de acordo com Marília Souza, a implantação do serviço depende de a Prefeitura ter locais licenciados e adequados para colocar separadamente os resíduos secos e orgânicos. Além disso, a coleta seletiva precisa ser bem estudada, porque necessita da colaboração da comunidade, que deve ser reeducada a separar o lixo em casa.