Cai o número de produtores de pepino no município

Em 2013, a Prefeitura firmou parceria com a Bom Princípio Alimentos, de Tupandi, para incentivar a produção de pepino em Taquari e concedeu auxílio aos produtores que se interessassem em iniciar a cultura. A empresa chegou a recolher o legume em 14 propriedades do município, mas, atualmente, apenas cinco produtores mantêm a parceria.

Para o secretário da Agricultura, Romacir Martins, faltou persistência aos agricultores, que receberam R$ 1,2 mil de incentivo para comprar o sistema de irrigação para o pepino. “Eles têm que acreditar mais neles, ter persistência. Ninguém vai sair rico em um, dois meses. Precisam se estruturar, continuar vendendo, aumentando a produção. Parece que tu dá um incentivo, daí querem produzir, mas quando têm que andar com as próprias pernas, largam de mão”, considerou o chefe da pasta. Segundo ele, um dos produtores que deixou a cultura alegou que pescar era mais fácil e dava mais dinheiro. “Porque o pepino tem que colher de manhã e de tarde”.
De acordo com o diretor da Bom Princípio, Jandir Lunkes, em 2013, 12 produtores taquarienses venderam à empresa 8,164 kg de pepino e, em 2014, foram 14 produtores e mais de 17,5 toneladas da cultura. Atualmente, é época de colheita e os cinco agricultores na atividade em 2015 já entregaram à empresa mais de seis mil quilos. A Bom Princípio estima que a produção total desta safra beire dez toneladas. “Tivemos problemas com alguns que estavam desviando a produção para outras agroindústrias. Muitos não tiveram o tino para o negócio. Estamos fazendo um trabalho mais eficiente com esses que continuaram produzindo e eles têm aumentado a produção”, citou o diretor. A Bom Princípio paga R$ 1,80 por quilo de pepino. Segundo o secretário da Agricultura, há outras empresas que pagam mais pelo produto, porém não compram em grande quantidade. “Se produzirem mil ou dez mil quilos, a Bom Princípio compra tudo”, explica Romacir Martins. A empresa também presta assistência a seus agricultores, dando orientações e acompanhando a qualidade da produção.

Dinheiro rápido e certo

Juraci Camargo de Medeiros, 49 anos, é um dos cinco taquarienses que se mantêm na atividade. Na localidade de Amoras, ele planta três mil pés da cultura e planeja aumentar a produção.
“Eu gostei. Na lavoura, é a coisa que dá mais ligeiro. Em torno de 20 dias já está fazendo um dinheirinho e depois a empresa recolhe três vezes por semana e paga sempre certinho. O milho leva de cinco a seis meses para dar retorno e precisa de um investimento muito maior”, disse o agricultor. Ele conta que investiu pouco mais de R$ 100 nos insumos para plantar o pepino, enquanto teve que gastar quase R$ 1 mil para o plantio do milho.
O agricultor considera a cultura rentável. Segundo ele, após cerca de um mês do plantio, já é possível colher os frutos e cada planta produz por 60 dias, uma média de dois quilos por pé. “Mas colhe mais, a gente que calcula por baixo. Dá para colher mais de três quilos por pé e plantar de novo, enquanto está quente dá para plantar”, explica. O espaço reservado para o pepino em sua propriedade, que hoje é de 50×60, deve ser ampliado. Juraci pretende aumentar 20m da plantação, num espaço que ainda está disponível na roça, onde também tem outros cultivos.
Para ele, houve queda no número de produtores de pepino no município porque muitos não quiseram se dedicar corretamente ao cultivo, que necessita de capina e dedicação na colheita, enquanto outras culturas não exigem tanta atenção do agricultor. “Pensavam que era de barbada. Não tem dia para colher, não tem sábado, nem domingo, não tem final de ano. Acham que é muito trabalho, mas, se quer fazer, tem que se dedicar, cuidar direito, se não, não dá retorno”, diz.