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FAZENDA VILANOVA: “A justiça com as próprias mãos é um caminho que a população está nos indicando”

O aumento no número de furtos e roubos em Fazenda Vilanova, associado ao baixo efetivo da Brigada Militar e Polícia Civil, deixa os moradores do município de três mil habitantes, distante 100 quilômetros de Porto Alegre, assustados e inseguros.

Para debater o tema e buscar uma solução, o vereador Leo Mota (PSD) promoveu, na tarde da terça-feira, 24, na Câmara, uma audiência pública para tratar do assunto. Foram convidados representantes do Judiciário, Polícia Rodoviária Federal, Conselho Tutelar, Executivo, Ministério Público, Polícia Civil e Brigada Militar, mas nem todos compareceram. “Somos cobrados da população, somos políticos e temos que dar uma resposta”, destacou o vereador. Ele disse ainda que, na maioria das vezes, os vilanovenses sabem quem está roubando. “Porque já teve caso em que os próprios ladrões devolveram o roubo e continuam soltos. Escutamos na rua: se vocês não fizerem nada, vai virar uma terra sem lei. A justiça com as próprias mãos é um caminho que a população está nos indicando que vai tomar daqui pra frente. O que não dá para aceitar é o indivíduo entrar na casa, limpar, saber quem é, onde estão as coisas e ninguém vai preso”.
O comandante do 40º Batalhão da Brigada Militar, Major Marcelo Abreu Fernandes, disse que, para a polícia, não há criminoso inédito. Ele explicou que, no caso dos menores de idade, a questão é mais complicada porque o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) os protege mas também os blinda. “Tem ‘n’ direitos mas pouquíssimos deveres e acabam usando isto para o lado do mal. Se pegar um menor furtando, será feito um registro na delegacia e entregue para os pais, que se não tiverem uma linha dura, um controle, ele vai pra rua, furtar, roubar, usar droga e traficar de novo”.
Ele defendeu, ainda, que a segurança pública inclui fatores econômicos e sociais. “Ao contrário do que muita gente pensa, não é o simples fato de a pessoa enxergar o polícial na rua, a viatura passando. É muito mais amplo do que isto. É um universo muito grande que tem fatores sociais, econômicos, principalmente, pelas ocorrências policiais que a gente atende, da vara da família. Começa com uma criação inadequada de um cidadão que lá pelos 14 anos vai começar a incomodar”.
Sobre a atuação ostensiva da Brigada, ele disse que há momentos em que fica um policial por turno no quartel e que estão trabalhando desde o início do ano com redução de horas-extras. À noite, é feito o Patrulhamento Integrado com Bom Retiro do Sul. “A partir deste ano, há limitação de horas-extras. Antes, poderia se colocar mais policiais nos locais onde há mais ocorrências. Não que a gente vá parar de trabalhar, a gente faz o máximo que pode com o que se tem”, destacou.
Na Polícia Civil, conforme o delegado Humberto Roehrig, hoje há dois policiais e um está na iminência de se aposentar. “O que está na delegacia é responsável pela investigação criminal, trabalha 40 horas e tem limitação de hora-extra, de combustível e de material de expediente”, explicou.

Reiteração criminal

Uma das preocupações da comunidade é a situação em que os suspeitos são presos e poucos dias depois, liberados. “O grande problema de Fazenda Vilanova é o furto. Apesar de a legislação interpretar como uma coisa pequena, isto incomoda aquele que tem o seu bem furtado. Como o sistema prisional está falido, porque deveria ressocializar e hoje não faz, o juiz tem que pensar que, se prender um furtador de Fazenda Vilanova, vai cair no presídio de Lajeado, onde estão começando as questões das facções, porque lá dentro ele tem que se identificar com alguém, senão não sobrevive, ele vai ter uma migração criminal. Ele vai sair e começar a praticar roubo. Em vez de furtar celular, vai começar a assaltar um banco. É um pensamento que existe e por isto tem esta questão da soltura de presos que praticam furtos”, explicou o delegado.

Viatura fora do município depois das 18horas

O vereador Marcos Roberto (PP) questionou sobre a viatura da Brigada Militar que fica das 18h às 6 horas em Bom Retiro do Sul, momento em que são realizados rachas de moto. “A viatura inibe. Quando passa, eles se acalmam. Vários vereadores têm reclamações da comunidade, muitas pessoas têm filhos aí na estrada e os caras correndo de moto”.
O comandate da Brigada Militar respondeu que, se estiverem acontecendo na BR 386, a Brigada Militar dá suporte, mas a competência é da Polícia Rodoviária Federal. Ele disse, ainda, que em aguns períodos os policiais de Fazenda Vilanova têm que fazer o policiamento integrado com Bom Retiro. “Nem um momento se fecha o quartel de Fazenda Vilanova. Tem uma equipe de policiais que está com o telefone celular recebendo as denúncias”, disse o comandante.

Operações especiais

O vereador Luís Carlos de Brito (PMDB) sugeriu a realização de operações policiais no Município. “Para acuar eles um pouco, que estão acostumados que a viatura não tá em Fazenda Vilanova”, explicou o vereador.
O comandante destacou que, para isso, é necessário efetivo. “Se tem um grupo de 10 pessoas brigando, não vou colocar dois policiais para intervir. Eles vão acabar apanhando e vão ter que dar tiros, depois as pessoas vão reclamar e fazer denúncia. Nós fazíamos seguidamente aqui as operações policiais, tínhamos uma equipe do POE, dos Boinas Pretas, de Estrela, que davam apoio. Hoje não tem mais”. Conforme o major, os grupos especiais foram extintos.

Violência doméstica e menores nas ruas

O comandante da Brigada disse, ainda, que há muitas ocorrências no município que ocupam os policiais por muitas horas e que poderiam ser evitadas nas famílias. “Tem em Fazenda Vilanova muitas ocorrências de Maria da Penha (violência doméstica) e isto cabe às pessoas de Fazenda Vilanova evitar. Isto ocupa direto o policial. Elas ocorrem, normalmente, à noite. O policial faz a intervenção, a mulher vai querer representar, ele vai colocar na viatura e levar para Lajeado e lá fica, talvez, quatro horas, em atendimento, e depois deixar em casa. Neste período de tempo, qual o policiamento que se tem aqui? Estas questões de violência doméstica, que ocorrem dentro de casa, a Brigada não tem como prevenir, mas a comundiade pode evitar. Assim como os menores nas ruas, bagunçando. Cadê os pais? O que o Conselho Tutelar está fazendo? O que a Promotoria da Infância e da Juventude está fazendo? Se não eles vão continuar, aquele grupo que fica ao lado da prefeitura. Muita coisa poderia ser evitada no seio da família”.

A importância do registro das ocorrências

O Major falou também sobre a importância de fazer o registro das ocorrências para que a polícia tenha mapeado os locais de maior incidência dos crimes. “É importante fazer o registro. Em muitas situações, obviamente, infelizmente, não vai reaver aquele bem furtado, mas pra nós, para subsidiar estatísticas, para enxergar onde as coisas estão acontecendo, que naquela rua aconteceram cinco ou seus furtos no mês e vamos dar mais atenção para aquele local. (…) Se não aparece nas estatísticas, tenho aquela falsa impressão de que é tudo tranquilo, não acontece nada”.

O possível fechamento da delegacia

Humberto disse que há a tendência do fechamento de delegacias para redução de despesa. Neste ano foram registradas, conforme Humberto, 563 ocorrências somente na Delegacia de Polícia (fora as da Brigada Militar), que geraram 26 procedimentos de Maria da Penha, sete prisões, instaurados 101 inquéritos e remetidos 88. “Com o fechamento da delegacia, estes dados vão ser zero e outra cidade terá que atender aqui (…) e isto prejudica o enfrentamento do crime, porque não tem aquele policial oito horas por dia. (…) Se os senhores não se engajarem, este trabalho vai deixar de existir em Fazenda Vilanova. O município vai ter que disponibilizar o transporte para a pessoa registrar a ocorrência. É uma perda muito considerável para o município. (…) Fechou, não abre mais”. Ele sugeriu que as lideranças mobilizem os políticos de suas bases para o não fechamento da delegacia.

Câmeras de vigilância

O prefeito Pedro Dornelles destacou a parceria que o Município realizou, neste ano, com os moradores das localidades que fazem divisa com Taquari e Bom Retiro do Sul, para a colocação de câmeras de videomonitoramento nas saídas do município. “A gente não divulgou ainda, mas já deu efeito, já se identificaram alguns furtos, alguns roubos através das câmeras”. Ele afirmou ainda que o projeto é, através de parceria com os comerciantes, colocar câmeras nas saídas da cidade pela BR 386, vista como um ponto negativo, já que os suspeitos utilizam a via para fuga.

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