Desde o último sábado, 27 famílias estão acampadas nas terras da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), antiga Estação Experimental, no Campo do Estado. O grupo retornou ao local, que havia deixado em janeiro deste ano após ocupar a área por dois meses.
Os integrantes do acampamento Herdeiros de Taquari dizem que são naturais do município e filiados ao Movimento Sem Terra (MST), que apoia a ocupação. Eles querem negociar, junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a doação da área, de propriedade do Governo Estadual.
Barracas de lona já foram levantadas na propriedade. Cinco hectares da terra foram lavrados e o grupo inicia a plantação. Segundo uma das integrantes do acampamento, Jéssica Liziardi Emmel, 24 anos, já foram plantados aipim, milho, feijão, batata- doce, couve, brócolis, salsinha, cebolinha e alface, e há criação de galinhas. O grupo pretende lavrar mais uma área de terra para plantação de melão e melancia. Eles alegam que a área da Fepagro, com mais de 400 hectares de terra, não é produtiva e que possuem fotos de maquinário e insumos para plantação estragando por falta de uso na propriedade.
“Queremos comercializar a plantação, ajudar as famílias. São muitas que não têm estrutura para trabalhar, estão embaixo da lona porque não têm dinheiro nem para pagar aluguel. Pretendemos plantar e tirar nossos filhos do meio da droga”, diz um dos acampados, Elizandro Teixeira da Silva, 30 anos. O grupo tem alugado tratores de agricultores da região para preparar a terra ao plantio e trocam o valor da hora/máquina por dias de trabalho nas propriedades.
Diretor da Fepagro registra ocorrência de invasão da área
Nesta semana, o diretor da Fepagro em Taquari, Caio Fábio Stoffel Efrom, 36 anos, esteve na Delegacia de Polícia para relatar a invasão da área. Ele registrou ocorrência sobre o fato, que será investigado pela Polícia Civil.