Apae completa hoje 46 anos de atividades

“É muito bom aqui. Tem os colegas, as professoras são boas. Tô aqui desde que construíram, há quarenta e poucos anos. Converso com os amigos, tomamos chimarrão”. A frase de Maria de Fátima Pereira dos Santos, 59 anos, resume o sentimento da frequentadora mais antiga da Escola de Educação Especial São Raphael da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
A instituição fundada em 1969, completa, hoje, 46 anos de atividade em Taquari. O espaço, além de ser educativo e terapeutico, também é um local de socialização das pessoas com deficiência. “Surgiu da dificuldade de aprendizagem desses alunos que estavam no ensino regular”, salienta a diretora geral Nilvana Lazarini Machado.
Nesta semana, Mariângela Rosa, mãe de Ana Paula Vargas Lopes, 8 anos, esteve na Apae para saber do desempenho da filha, que frequenta a entidade desde o primeiro ano, quando realizava atendimento clínico. “Muita evolução, deu um salto”, comemora. “Ela tinha várias dificuldades, nem caminhava”, recorda Mariângela. “Aqui ela se sente bem, gosta de vir. Eu também me sinto bem”. Além dos atendimentos especializados, a menina frequenta a escola. “A Apae para nós pais é muito importante para o desenvolvimento de nossos filhos. Tem toda uma equipe de profissionais preparados para lidar com as deficiências física, mental e intelectual. O que ocorre é que em uma escola regular não tem tudo isso, principalmente acessibilidade. É fundamental o trabalho com o portador de deficiência porque ela inclui na sociedade, sociedade essa que muitas vezes exclui por preconceito”, afirma Mariângela.
Na entidade, são 116 pessoas atendidas, sendo 72 frequentadores da Escola São Raphael, que disponibiliza professores capacitados na área de deficiência intelectual, a partir dos 6 anos. O atendimento especializado iniciou em 1986, devido à necessidade dos alunos. Hoje conta com fonoaudióloga, fisioterapeuta, psicóloga, assistente social, estimulação precoce, e os serviços de ambientoterapia, para os autistas, e a equoterapia.
A maioria dos alunos utiliza o transporte oferecido pela escola, que também disponibiliza três refeições diárias. Para dar andamento nas atividades, a entidade conta com convênios firmados com o Município, Estado e União, deduções do imposto de renda do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente, recursos de empresas colaboradoras, realização de promoções e os carnês de sócios contribuintes. “A Apae tem uma relevância muito grande. A estrutura está montada, precisamos de recursos para manter e a gente tem que tá brigando toda hora pra fazer as pessoas entenderem. O trabalho com a pessoa com deficiência é construído muito lentamente. Tu demoras muito tempo para te vincular, a te organizar, pra ter resultado; é planejado, sistemático e contínuo”, destaca a diretora da entidade. Para o serviço de ambientoterapia aos autistas, por exemplo, são disponibilizados fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, assistente social para acompanhamento nos encontros que ocorrem duas vezes por semana, de uma hora e meia, cada. A todos estes grupos é oferecido um lanche.
Para o futuro, a intenção é adquirir brinquedos novos e construir o muro para fechar a área da instituição.

COMO AJUDAR

– Carnê de sócio contribuinte: é uma contribuição mensal destinada à APAE. Interessados devem entrar em contato com a entidade, através do telefone 3653-1111.
– Nota Fiscal Gaúcha, através do cadastro no site do programa. O contribuinte indica as instituições que deseja auxiliar, ao realizar as compras no comércio solicita a nota fiscal e o Governo do Estado repassa recursos para as entidades indicadas.
– Fundo da Criança e do Adolescente através do Imposto de Renda.
– Contribuções diretas de alimentos ou material de limpeza.