Seguindo o exemplo de seu antecessor, Ivo Lautert (PDT), repassar dinheiro público à Empresa Jornalística e de Radiofusão Açoriana (EJORA) nunca deixou de ser prioridade para o Prefeito Maneco. A rádio e jornal, que divulgam notícias de interesse da Prefeitura, já receberam, em sua gestão, R$ 859.524,11, no período de janeiro de 2013 a agosto de 2015, numa média de R$ 323 mil por ano.
Mesmo em época de crise, quando os cortes para redução de despesas na Prefeitura atingem importantes serviços à população, os recursos públicos destinados à EJORA continuam altos. Neste ano, até agosto, Maneco repassou R$ 127,7 mil à empresa. Em um informativo de gestão feito pela Prefeitura, que aliás gerou polêmica por ter custado R$ 27,5 mil públicos, consta que, no Governo Maneco, o jornal O Açoriano passou de 20 para 32 páginas, a EJORA ampliou seu quadro de funcionários, aumentou o número de assinaturas e publicidades e caminha para o equilíbrio financeiro, gerando economia aos cofres públicos. Este discurso de equilíbrio financeiro na EJORA não é nenhuma novidade para quem acompanha as falas do atual Prefeito.
No entanto, o que tudo indica é que não passa de propaganda enganosa. Contrapondo à realidade tão contada por Maneco, temos os números disponíveis no site do Tribunal de Contas do Estado (TCE), criado em 2002, que mostra todos os repasses feitos pela Prefeitura à EJORA desde aquela data. No período, enquanto o petista Maneco repassou, em média, R$ 323 mil por ano à rádio e ao jornal, o tucano Cláudio Martins foi o que mais economizou nesta despesa, destinando, em média, R$ 25 mil anuais à EJORA.
Ivo Lautert (PDT) repassou R$ 935.841,73 de 2009 a 2012. O valor total é maior do que o gasto por Maneco. No entanto, o pedetista ficou por quatro anos à frente do Executivo, destinando em média R$ 233 mil por ano, enquanto os números do TCE em relação aos repasses de Maneco são relativos a dois anos e oito meses.
Prefeito nos anos de 2007 e 2008, Renato Baptista (PP) destinou R$ 196.320,29 à empresa. Veja mais detalhes na tabela. Na última coluna, constam dados atualizados por O Fato Novo, tendo como base o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM).
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