O Fato Taquari Jornal On-Line
Chegou a vez dos homens procurarem seus médicos para realizar o exame da próstata. Depois do Outubro Rosa, destinado à prevenção do câncer de mama, agora a campanha é o Novembro Azul para a conscientização sobre o câncer de próstata, o de maior incidência entre os homens.
Conforme o médico urologista, Mário Miguel Silveira Colombo, estatísticas apontam que a cada 10 homens com mais de 65 anos, quatro terão câncer de próstata. Em Taquari, segundo estimativa do médico, em média são diagnosticados 30 casos por ano.
A doença, conforme Mário Miguel, é silenciosa e só apresenta sintomas num estágio avançado. Ela é mais comum em homens negros e a maior incidência é em pessoas que têm ocorrência da doença na família, como pais ou tios.
O câncer, se diagnosticado precocemente, tem 98% de chance de cura e para isto são necessários os exames preventivos. Para detectar a doença no estágio inicial, é necessário fazer, todos os anos, a partir dos 45 anos, o exame de sangue – PSA (sigla em inglês Antígeno prostático específico), e depois dos 50 anos, o de toque retal. “Um não vale sem o outro a partir dos 50 anos. Se nestes dois exames tiver alguma alteração, suspeita de magnilidade, se encaminha para a biópsia da próstata”. Para as pessoas que têm histórico de câncer de próstata na família, o rastreamento inicia aos 40 anos.
Exame de toque é feito no consultório
O exame de toque retal é indolor, diz o urologista. Com o exame é possível ter uma ideia se a pessoa tem ou não o câncer, e junto com o PSA, se dá a certeza.
O médico explica que um exame complementa o outro porque só a análise do sangue pode apontar alterações em decorrência de outras doenças, infecções ou algum trauma na próstata. “Não quer dizer que a pessoa que tenha PSA alto esteja com câncer de próstata. Com esta complementação, podemos chegar a uma conclusão”, diz.
Para fazer o exame, é necessário procurar um médico, nos postos de saúde ou particular, podendo ser um clínico-geral ou um urologista, que é um especialista no aparelho urinário e reprodutor masculino e atua mais diretamente nestas questões. Na consulta é realizado o exame de toque retal e solicitada a requisição para o exame de sangue (PSA), que é feito em um laboratório.
Ele diz que a conscientização dos homens está cada vez maior e que recebe no consultório muitas pessoas do interior do município. “Achamos que eles têm preconceito, vergonha, mas vêm para fazer exame de toque. Outros têm preconceito, machismo, acabam não querendo fazer e ninguém pode obrigar”, ressalta. O médico destaca que o benefício do exame de toque é imensamente maior do que a vergonha ou o medo de fazer. “É supersimples e na hora já diz se tem algum risco ou não. Colocando em uma balança, é muito mais benefício do que risco ou problema para quem faz”.
Ele lembra que, antes, era comum a ocorrência da impotência sexual e incontinência urinária quando era feita a cirurgia do câncer de próstata. “Agora, devido a evolução das técnicas cirúrgicas, está cada vez menor”.
